Esta semana foi marcada pelo dia da abolição da escravatura no país. O dia 13 de maio é um marco na história do Brasil, trazendo memórias de uma conquista marcada por sangue, suor e lutas protagonizadas por pessoas negras escravizadas e libertas. Fruto de uma pressão social, resistência e enfrentamentos liderados por pessoas como Dandara, Luísa Mahin e outros, interpretar seu resultado como um ato de bondade da monarquia, concedido pela princesa Isabel é um equívoco.
Conhecido como o último país das Américas a abolir a escravidão, o Brasil carrega consigo séculos de vidas negras e indígenas exterminadas e exploradas. Em um contexto atual onde populações negras, indígenas e quilombolas ainda são açoitadas no país graças a fatores como desigualdade, descriminação, racismo estrutural e preconceitos.
Embora a assinatura da Lei Áurea tenha ocorrido em 13 de maio de 1888, no dia seguinte, 14 de maio, os negros continuavam presos — não mais por correntes, mas por um sistema que os condenava à marginalização. Foram libertos dos açoites e das algemas, mas permaneceram encarcerados pela pobreza, pelo analfabetismo, pela falta de moradia, de acesso à terra, à educação e ao trabalho digno. A abolição sem inclusão deixou um legado de exclusão que persiste até os dias de hoje.
O dia 13 de maio traz consigo o peso de uma reparação histórica, uma dívida do Estado brasileiro com o povo negro e os povos originários. Que essa data continue a servir como um solo fertil para a reflexão dos brasileiros sobre um passado que nunca deveria ter existido.
Texto: Hellen Almeida/Comunicação SINASEFE IF FLUMINENSE
